segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Candidatos querem PT como antes da gestão de Zeca

Segunda-feira, 05 de Novembro de 2007

Paulo Fernandes



Candidatos mais fortes à presidência do PT estadual, os deputados Amarildo Cruz e Pedro Kemp pregam mudanças no partido, hoje comandado por Mariano Cabreira. A principal bandeira levantada pelos candidatos é o resgate da relação entre o partido e os movimentos sociais. Muitas outras bandeiras são levantadas, todas remetendo ao PT de oposição que existia antes do Governo Zeca.

Apesar de ter o apoio do antigo Campo Majoritário, que tem como membros o próprio Mariano Cabreira e o ex-governador Zeca do PT, Cruz admite que os movimentos sociais foram abandonados ao longo dos anos. “Precisamos fortalecer os setoriais do partido, como o setorial da mulher e de combate ao racismo. Eles precisam ter planejamento e recursos. O partido tem muitas coisas que não funcionam. Os setoriais não funcionam por falta de recursos”, diz.

Cruz também defende mais transparência do partido com relação ao próprio orçamento. “O partido precisa divulgar o orçamento mensalmente de forma detalhada. Esse detalhamento de forma transparente não acontece”, disse.

Representante da esquerda do PT, Pedro Kemp avalia que o partido deixou de lado os movimentos sociais no momento que passou a se preocupar mais com as disputas eleitorais. “Nosso partido já esteve muito mais atuante na defesa dos direitos humanos. Precisamos retomar as lutas que ficaram de lado. Não que o PT tenha abandonado essas bandeiras, mas ele passou muito mais a se dedicar à luta institucional para parlamento e Governo e deixou de lado essa relação”, disse.

Para o candidato da Articulação de Esquerda, o PT também perdeu militantes na medida em que ganhou prefeituras e Governo. “A militância aos poucos foi sendo substituída pelos cabos eleitorais. Isso ocorreu na medida em que o partido aumentou seu espaço institucional; ganhou prefeituras e o Governo. Antes o PT tinha mais esse caráter. Nós nascemos dos movimentos sociais, das associações de sindicatos, de trabalhadores”, disse. “É diferente atuação do militante e do cabo eleitoral. O militante é mais politizado, ele realmente veste a camisa”.

Apesar do tom crítico com relação ao próprio partido, os deputados defendem a nova postura do PT na oposição, da qual eles são protagonistas. “Fazemos uma oposição mais qualificada, porque conhecemos a máquina por dentro. Essa experiência qualificou o debate”, afirma Kemp. “Estamos cumprindo o nosso papel”, defende o deputado Amarildo Cruz.

Cinco candidatos disputam à presidência do PT regional. Além de Amarildo Cruz e Kemp, a disputa conta com Jairo Nóbrega (Alternativa Independente), Sandro Fantini (PT de Lutas e Massas) e Pedro de Oliveira (Democracia Socialista). As eleições nacionais, estaduais e municipais acontecem no dia 2 de dezembro. O segundo turno, se houver, será no dia 16.

Fonte: Campo Grande News

http://www.campogrande.com/view.htm?id=397836


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