sábado, 13 de outubro de 2007

Duas Cartas - Sebastião Nery: Nosso comentário

Nosso comentário:

Esta é mais uma das antológicas e históricas crônicas dessa enciclopédia política ambulante que é Sebastião, cujo sabor nos delicia, só não lidas quando nos cencontamos em locais em que, infelizmente, a Tribuna da Imprensa não chega, como é o caso de Lambari-MG ou Anastácio e Aquidauana-MS.

Tenho motivos de sobra para ler as colunas de Sabastião Nery, Hélio Fernandes, Pedro Porfírio e outros bem informados colunistas desse jornal.

Tive o privilégio de ser recebido por Sebastião Nery, em sua residência de Niterói, em 1982 e, desde então acompanho história das perseguições sofridas e, a sua trajetória, a corajosa luta, eivada de convicto cunho ideológico, assim como as anteriores perseguições sofridas.

Já que ele fala de plágio, iremos tentar plagiá-lo, também, ainda que palidamente, ao relatarmos fatos políticos, saídos do "baú" da memória.

Como disse certo poeta, cujo nome não me redordo:

"Todos cantam sua terra, também vou cantar a minha, nas débeis cordas da lira, hei de fazê-la rainha".

Vou falar de Niterói, do Rio de Janeiro, de Mato Grosso do Sul - que hoje completa 3O anos,- de cidades do sul mato-grossense, das terras pantaneiras, cujas águas, agora, se acham ausentes.

Eis um pouco da história do PTB pré-64, cujo lider inconste, no nosso velho Mato Grosso era o Deputado Federal e Ministro da Saúde, virtual Governador, pois para a eleição de 1966 contava com o apôio do PSD, cujo acordo, em contrapartida ao nosso apôio a João Ponce de Arruda, em 1962, contava com o aval do Senador Filinto Muller e demais cabeçãs coroadas do partido de Juscelino Kubstchek.

O Dirétório PTB de Aquidauana era controlado por Antonio Gonçalves, Eloy de Toledo e eu, tendo como antepassado histórico Manoel Paes de Barros.

O Dr. Eloy perdera a eleição para Prefeito, em 1962, em razão do "mapismo", traduzido por roubo de votos, de cujo feito a UDN local se jactava, na palavra autorizada de um de seus bem informados correlegionálrios, de apelido Zizi, o qual era acompanhado de outros áulicos, cujos nomes provocam asco.

Este pessoal precisava tirar três lideraças jovens e incisivas do seu caminho: Eloy, eu e o Vereador Adonis Gonçalves, filho do trabalhista histórico e Presidente do PTB de Aquidauana, Antonio Gonçalves.

Adonis, preso logo nas primeiras horas do golpe, deve ser considerado o maior mártir do ideário trabalhista de Aquidauana. As perseguições injustas, pelo único e "terrivel delito" de pertencer ao PTB, destruiu a sua juventude e o conduziu à morte prematura.

Para conseguir tal propósito, não conseguindo apôio das autoridades militares constituídas lançaram mão de um aloprado pape de maneira que a UDN, mentora e beneficiária do golpe de 1964.

Prenderam, também, o Dr. Eloy, Promotor de Justiça, incômodo que a UDN precisava afastar e, por isto, acionou seu àulicos.

Quanto a mim, por ser Capitão da ativa do Exército, os políticos locais, embora pressionassem os comandos militares da área não conseguiram a prisão, sendo necessário usar outros artifícios, como a abertura de um IPM específico, em que os "dedos duros" udenistas demonstram todo o seu baixo caráter, como se cha documentado em mais de 600 páginas, que talvez, um dia venha a ser divulgado

Foi, então, a pedido de um "aloprado" major, instaurado pela 4a. Divisão de Cavalaria, um IPM, cujo propósito seria, especificamente, investigar as atividdes "subversivas" dos capitães Edson Nogueira Paim e Lauro de Almeida Mendes, em cujos autos é ressaltado o intuito perseguitório, mas que por ironia do destino, ficou registrado nos seus autos, a conduta desviante desse malfadado militar, por cujas nocivas atividades não podem ser atribuídas ao Exército, pois no mesmo período avultam o número de oficiais de conduta decente.

O referido major, - torturador do Dr. Arruda, médico de Guia Lopes da Laguna,- solicitou a nossa prisão, por 30 dias, para "investigação", prorrogada por mais 20, mantendo-nos, ainda, ao arrepio do código supostamente cumpria, presos por mais 16 dias (ao todo 66 dias), cuja arbitrariedade teve seu paradeiro, por ordem expressa, através de radiograma, expedido pelo General Taurino de Resende, Presidente da Comissão Geral de Investigação (CGI), nome e respectiva história de vida engrandece e honra o nosso Exército.

O IPM que nos indiciou, teve conclusões absurdas e pífias, tanto que a Auditoria da 9a. Região Militar nos absolveu, em 1966, em pleno período do árbítrio, por não constarem, nos autos, provas de que tenham cometidos os crimes pelos quais foram acusados. .

Nesse IPM estão registrados depoimentos de nossos comandantes em que nos exime de quaisquer atividades desabonadoras de nossas condutas militares e de cidadãos, ao mesmo tempo em existem restrições feitas por brilhante oficial do èxercito brasileiro, encarregado de outro inquérito, a procedimentos do major que nos indiciou.



virtual tperipécias para refundá-lo, cuja frustração nos conduziu à fundação do PDT, na memorável reunião realizada no Palácio Iiradentes (onde funciona a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ), antiga Câmara Federal, onde tive o prazer de assistir muitos discursos e apartes.

Duelos oratórios entre Fernando Ferrari e Carlos Lacerda e as presenças e as falas de José Fragelli, Raul Pilla, Tenório Cavalcante (este, com a sua metralhadora "lurdinha", por baixo da capa preta, sua privilegiada inteligência e verve inconfundível), Correa da Costa, Benjamim Farah, Philadelfo Garcia e muitos outros, ainda invadem a minha memória e, até, as retinas.

Tive o privilégio de conhecer Sebastião Nery em 1982, em sua residência, em Niterói. Ele era Canditato a Deputado Federal. Fomos articular uma dobradinha com Rosalda Paim, Secretária do Diretório do PDT de Niterói e candidata a Deputada Estadual.
Dele ouvi, pela primeira vez, a palavra "santinho" ao se referir a pequena propaganda, com as fotografias dos candidatos. Atribuo a ele essa designação.

As cédulas de Rosalda foram feitas na gráfica do Colagrossi, não só com o nome dele como com os de Sebastião Nery, José Maurício, Vivaldo Barbosa, Brandão Monteiro, Bocaiuva Cunha, Clemir Ramos, Juruna e outros. Ninguém pagou um centavo siquer.

Apesar de ser ele próprio candidato a Deputado Federal, ele confeccionava material de propaganda para seus concorrentes.

O que Colagrossi desejava era veicular, juntamente com o nome dos candidatos proporcionais, o de Brizola cada santinho ou cartaz.

A eleição de Brizola era a obsessão de Colagrossi, o maior baluarte da eleição do "italiano", como era carinhosamente chamado - a estrela maior do trabalhismo renascente.

O mote principal da campanha foi: "Brizola na cabeça", de autoria de Bocayuva Cunha.

O maior baluarte do PDT, na campanha da primeira eleição de Brizola a Governador, José Colagrossi mandou confecionar os "santinhos" e as cédulas dessa dobradinha, apesar de ser ele, também, candidato a deputado.

Afirmo, com todas as letras, que sem Colagrossi, não teriamos conseguido fundar o PDT e muito menos eleger Brizola Governador do Estado do Rio de Janeiro.

Exemplificando: Quando Brizola precisava viajar para um Estado do Nordeste ou para qualquer parte do país, a fim de dinamizar diretórios, ele solicitava ao Coronel Periandro Mota, responsável pelas finanças, a aquisição da passagem necessárfia. Diante da resposta de que não dispunha de dinheiro, Brizola retrucava: Peça ao Colagrossi. Assim, era feito. E Brizola viajava.

Gráfica do Cologrossi imprimiu a propaganda para os candidatos majoritários e todos os proporcionais que solicitavam. A ninguem era negado e ningujem pagava nada.

Colagrossi e empresários e seus amigos, forneceram a maioria dos recursos para a campanha do PDT e, particularmente, a de Brizola.

virtual tperipécias para refundá-lo, cuja frustração nos conduziu à fundação do PDT, na memorável reunião realizada no Palácio Iiradentes (onde funciona a Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ), antiga Câmara Federal, onde tive o prazer de assistir muitos discursos e apartes.

Duelos oratórios entre Fernando Ferrari e Carlos Lacerda e as presenças e as falas de José Fragelli, Raul Pilla, Tenório Cavalcante (este, com a sua metralhadora "lurdinha", por baixo da capa preta, sua privilegiada inteligência e verve inconfundível), Correa da Costa, Benjamim Farah, Philadelfo Garcia e muitos outros, ainda invadem a minha memória e, até, as retinas.

As cédulas de Rosalda foram feitas na gráfica do Colagrossi, não só com o nome dele como com os de Sebastião Nery, José Maurício, Vivaldo Barbosa, Brandão Monteiro, Bocaiuva Cunha, Clemir Ramos, Juruna e outros. Ninguém pagou um centavo siquer.

Apesar de ser ele próprio candidato a Deputado Federal, ele confeccionava material de propaganda para seus concorrentes.

O que Colagrossi desejava era veicular, juntamente com o nome dos candidatos proporcionais, o de Brizola cada santinho ou cartaz.

A eleição de Brizola era a obsessão de Colagrossi, o maior baluarte da eleição do "italiano", como era carinhosamente chamado - a estrela maior do trabalhismo renascente.

O mote principal da campanha foi: "Brizola na cabeça", de autoria de Bocayuva Cunha.

O maior baluarte do PDT, na campanha da primeira eleição de Brizola a Governador, José Colagrossi mandou confecionar os "santinhos" e as cédulas dessa dobradinha, apesar de ser ele, também, candidato a deputado.

Afirmo, com todas as letras, que sem Colagrossi, não teriamos conseguido fundar o PDT e muito menos eleger Brizola Governador do Estado do Rio de Janeiro.

Exemplificando: Quando Brizola precisava viajar para um Estado do Nordeste ou para qualquer parte do país, a fim de dinamizar diretórios, ele solicitava ao Coronel Periandro Mota, responsável pelas finanças, a aquisição da passagem necessárfia. Diante da resposta de que não dispunha de dinheiro, Brizola retrucava: Peça ao Colagrossi. Assim, era feito. E Brizola viajava.

Gráfica do Cologrossi imprimiu a propaganda para os candidatos majoritários e todos os proporcionais que solicitavam. A ninguem era negado e ningujem pagava nada.

Colagrossi e empresários e seus amigos, forneceram a maioria dos recursos para a campanha do PDT e, particularmente, a de Brizola.

1 Comentários:

Às 28 de fevereiro de 2009 às 11:48 , Blogger Núcleo de Teatro - Bahia disse...

Prezado Paim,provavelmente vc. não vai se lembrar de mim mas fui assistente do Virgílio de Góes desde 1979. Quanto a gráfica do Colagrossi, Carmem Cinira me colocou lá para tentar atender às demandas dos candidatos da época, e muita coisa, foi feita por "baixo do pano" pois a gráfica existia para atender à campanha do Colagrossi (federal) e seus coligados (estaduais). Rodei muito santinho sem que ele soubesse, na época, a pedidos da Carmem. Grande Abraço e muitas saudades daquele tempo.
Rose

 

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