quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Sociedade apresenta propostas para combater violência racial

Quinta-feira, dia 15 de Novembro de 2007 às 12:30hs

No mês da consciência negra, o racismo e a violência racial foram destaque nas discussões da Conferência MS Contra a Violência. Origem, formas, causas, problemas e possíveis soluções foram apresentados. O resultado está no plano operativo elaborado pelo grupo de discussões.

A Presidente do Coletivo de Mulheres Negras Raimunda Luzia de Brito, Ana José, explanou sobre discriminação racial e violência. Em sua fala, apontou como principais causas do racismo a aceitação social e a falta de punição para os autores. “Muitas vezes há reconciliação entre vítima e autor do racismo, com a promessa de que a situação não irá se repetir, que normalmente não é cumprida. Outros responsáveis são a sociedade e o poder público que apóiam o combate ao racismo, mas não a prisão dos culpados”.

A presidente ainda ressaltou que o racismo está impregnado na sociedade de diversas formas. “As pessoas querem acreditar que nós falamos de algo que não existe, mas o racismo está no desemprego, analfabetismo, baixa escolaridade, baixa remuneração, menor acesso à universidade e ao mercado de trabalho e maior índice de trabalho infantil que o negro têm em relação ao branco”, explicou.

Para Ana José, as políticas precisam ser desenvolvidas para acabar com essas desigualdades. “Nós já começamos o trabalho no Conselho Estadual de Defesa dos Direitos dos Negros fazendo palestras, promovendo debates em escolas e universidades e intervindo diretamente no atendimento por meio de organizações, mas é necessário ampliar esse serviço”.

Educação e Capacitação

Para os especialistas no assunto, a discriminação da sociedade relacionada à raça é resultado da falta de conhecimento sobre o tema. A saída para mudar o quadro é a educação. O grupo propôs a realização de cursos de capacitação e aprimoramento para que os operadores do direito possam aplicaçar melhor as leis específicas. A inclusão na grade do ensino superior e fundamental de uma disciplina sobre a questão racial também foi aventada.

O grupo concluiu que o término da violência está diretamente ligado ao fim da discriminação. As ações para alcançar esses objetivos passam pelo mapeamento das atividades de prevenção à discriminação e avaliação dessas ações. De posse dos dados, a equipe de trabalho, os conselhos de direito e o governo do estado passarão a desenvolver políticas específicas para findar a exclusão social. Entre as sugestões está a criação de um grupo intersetorial no governo com a função de promover a igualdade racial.

Fonte: Aquidauana News

http://www.aquidauananews.com/index.php?action=news_view&news_id=117026

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