Em nota, PT e PMDB falam em 'soluções para alianças regionais'
Midiamaxnews |
João Prestes |
Em nota à imprensa que anuncia o fechamento de pré-compromisso com vistas às eleições presidenciais do ano que vem, as direções do PMDB e do PT falam em "construir soluções conjuntas para as alianças regionais". É uma sinalização de que os dois partidos ainda tentarão convencer as bases a reproduzir a aliança pré-combinada em nível nacional, ou ao menos buscam uma forma de não haver acirramento da disputa que prejudique a campanha presidencial. Mato Grosso do Sul figura entre os estados em que PT e PMDB não se entendem. Aqui, Zeca do PT e André Puccinelli (PMDB) se preparam para disputar o governo e, se isso acontecer, os peemedebistas avisam que farão oposição à aliança com os petistas em nível nacional e podem até apoiar o candidato a presidente do PSDB, provavelmente o governador de São Paulo, José Serra. Outros estados considerados problemas são o Rio Grande do Sul, Bahia, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Acre, Pernambuco, São Paulo, entre outros. São estados populosos (com exceção do Acre) e com influência preponderante no cenário nacional. Uma amarração mal feita nesses estados pode tornar a aliança inóqua do ponto de vista de palanques regionais. Uma proposta que começa a ser cogitada é a de evitar o enfrentamento. Onde não se pode andar juntos, ao menos que se preserve o mínimo de harmonia e fique garantido o apoio dos dois partidos a Dilma Roussef. Nesses casos, tanto Lula quanto Dilma evitariam declarar apoio a um ou outro candidato. A luta entre eles seria isolada, descolada do cenário nacional. Ninguém poderia dizer: "eu sou o candidato do Lula". Pelo visto, essa proposta não agrada o PMDB local. André Puccinelli reitera que, se o PT mantiver a candidatura de Zeca, ele não apoia Dilma. A condição para aderir à campanha da ministra é se livrar da oposição do petista. Caso contrário, fará campanha para José Serra, embora isso tenha que acontecer de maneira velada, pois se PT e PMDB estiverem unidos em nível nacional, uma adesão explícita ao presidenciável tucano pode até configurar infidelidade partidária. Leia abaixo a íntegra da nota divulgada pelo PT-PMDB: Nota à Imprensa Representados por lideranças e dirigentes nacionais, PMDB e PT, após avaliar o satisfatório cumprimento dos eixos programáticos que fundamentaram a coalizão de governo em 2007, comunicam que, de comum acordo, estabelecem pré-compromisso com vistas à disputa da eleição à Presidência da República em 2010, baseados nas seguintes premissas: 1 - Construir aliança programática e eleitoral para o pleito presidencial; 2 - Os dois partidos comporão, necessariamente, a chapa de Presidente e Vice, a ser apresentada ao eleitorado brasileiro; 3 - Os dois partidos compartilharão, em conjunto com as demais agremiações que venham a integrar essa aliança, a coordenação de campanha e a elaboração do programa de governo, com objetivo de dar continuidade aos avanços do governo do Presidente Lula, do qual PT e PMDB são forças de apoio e sustentação. 4 - Com esse escopo, PMDB e PT levarão este pré-compromisso às suas instâncias partidárias, construindo soluções conjuntas para as alianças regionais; Brasília, 21 de outubro de 2009. |